Escolhemos este tópico sobre Recessão para contextualizar os temores que ela gera no mercado, abordando sobre a dinâmica econômica e qual seu reflexo no comportamento dos investidores e nas políticas monetárias.
De maneira técnica, um país entra em recessão quando há dois ou mais períodos de contrações consecutivas do PIB (Produto Interno Bruto*), ou seja, reduções gradativas no comércio de produtos e serviços. Porém, tal definição limita o pleno entendimento, uma vez que não entra em foco outros fatores como: renda da população, nível de emprego, inflação, produção industrial, entre outros.
Uma maneira mais assertiva para entendermos se há efetivamente uma recessão no horizonte, é analisar indicadores que vão além do PIB, como a renda real (capacidade de compra da população), queda no nível de emprego, elevação da capacidade ociosa da indústria, endividamento da população, confiança do consumidor…de forma objetiva, os períodos de recessão são tipicamente acompanhados pela deterioração econômica, que gera um efeito em cadeia: causas e consequências que se combinam de maneira cíclica.
E como tais movimentos se iniciam? A partir de uma elevação do desemprego, gerada por uma redução de investimentos no crescimento da indústria e demanda por serviços, elevando assim a capacidade produtiva.
Como consequência disso, vemos uma queda no padrão de vida da população, com aumento no endividamento e inadimplência das famílias, comprometendo negativamente o lucro das empresas, que, por sua vez, reduzem a produção e a demanda por serviços.
Oferta x demanda
Entendido o conceito de recessão (crise duradoura e intensa), a questão ainda é como se inicia a disparidade entre oferta e demanda, que são flutuantes, e entram em choques econômicos pontuais.
A pandemia da Covid-19 gerou uma crise econômica mundial por motivos como: reclusão das pessoas, redução da produção de bens e de demanda por serviços, gargalos de produção e insumos, necessidade de auxílios emergenciais, escassez de insumos e bens industrializados, demanda reprimida, elevação no preço das commodities, produtos globalizados com quebra de cadeia produtiva…resultando na famosa INFLAÇÃO!
A partir deste momento econômico, o alerta vermelho é ligado, com a necessidade de intervenção para conter este ciclo vicioso e não virtuoso, a fim de retomar o equilíbrio entre oferta e demanda, utilizando (em grande parte) como medida de contenção a elevação da taxa de juros, incentivando a postergação gradual do consumo e conversão para as metas estabelecidas.
*Produto Interno Bruto: indicador econômico que apresenta a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma área geográfica, por um período determinado (usualmente anual). Representa a dinâmica econômica do lugar, com foco em quais setores da economia geram mais ou menos renda.
