A Petrobras divulgou nessa semana a substituição de sua política de preços para a gasolina e diesel tendo dois importantes pilares (apresentados em teleconferência): O CFO da companhia, Sérgio Leite, reforçou que os preços praticados devem estar dentro de uma faixa, na qual o nível superior ficará próximo ao custo alternativo do cliente (“CAC”) e o inferior próximo ao “valor marginal para a Petrobras”.
Tema parece ainda bastante subjetivo, mas em resumo: o primeiro leva em conta a cadeia de oferta no Brasil, sendo fornecedores ou produtos substitutos, enquanto o segundo se refere ao custo de oportunidade da companhia.
Outro ponto importante, sempre questionado, é a periodicidade de alteração dos preços, que agora não existe mais, com o intuito de evitar o repasse da volatilidade cambial. Segundo a companhia, as decisões quanto às futuras mudanças ficam a cargo do grupo executivo de mercado e preço, composto pelo Presidente da companhia, o Diretor Executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
No mesmo dia também foi anunciado a redução de R$ 0,40 nos preços da gasolina e R$ 0,44 no diesel, o que dá início a nova política de preços.
Porque o mercado gostou? A Petrobras não vai comprometer margens e lucratividade, segundo o executivo da empresa: “A Petrobras deve se manter financeiramente saudável para ter recursos para investir e pagar dividendos aos seus acionistas” Portanto, acreditamos que se reduz, pelo menos uma parte, da percepção de risco relacionado ao fato da estatal poder subsidiar os preços dos combustíveis no Brasil ou até mesmo a importação de combustível.
As ações PETR4 estão sendo negociadas com múltiplos ainda considerados baixos, ou seja, com elevado desconto (EV/EBITDA de 2x para 2024). Portanto, após a apresentação desta nova política de preços, é possível que um cenário de elevado downside (queda) para as ações em bolsa fique cada vez mais improvável.
*Isso não é uma recomendação de compra.
Marco Saravalle – Parceiro MyCAP.
