Retrospectiva 2023: enfim, começou o ano

Retrospectiva 2023: enfim, começou o ano

Há quem diga que o ano só começa após o carnaval, apesar de não concordarmos com isso – e nem o mercado, diga-se de passagem – optamos por respeitar essa opinião para traçarmos uma retrospectiva de 2023. Além disso, à essa altura, apesar de ainda estarmos no primeiro tempo do jogo, já dá para ter uma boa noção de qual vai ser a performance do time e quem serão os possíveis jogadores destaques de 2024.

Sem mais delongas, iniciamos o ano com um novo governo, muitas expectativas e receios. Isso se deve, em parte, à vasta diversidade de partidos na liderança das forças de poder do país, o que impõe uma análise mais diversificada dos cenários, devido a uma menor previsibilidade histórica.

Apesar desse cenário turvo, houve uma melhora no dados macroeconômicos brasileiros e a entrada de investidores estrangeiros na bolsa. Isso demonstra maior confiança no avanço positivo da economia. Além disso, observamos o retorno gradual de investidores da renda fixa para a bolsa, pois perceberam que os ativos descontados estavam valendo a pena frente aos riscos inerentes, com maior potencial de retorno e P/L comparativamente inferiores aos pares estrangeiros.

Na tabela que apresenta o desempenho dos índices setoriais, demonstrada no relatório abaixo do texto, notamos que segmentos e setores específicos apresentaram crescimento significativo. Isso ocorreu, tanto devido às novas linhas específicas de crédito, quanto à crescente expectativa de uma queda gradual e contínua na taxa de juros brasileira. Essa expectativa veio apoiada pela estabilização dos juros norte-americana, o que sugere um possível recuo na taxa de juros dos EUA até o final do primeiro semestre de 2024.

Ainda sobre expectativas, vale acessar o boletim Focus do início e do final do ano de 2023 para um entendimento claro sobre a incorporação nas perspectivas econômicas, incluindo o crescimento do PIB, redução da inflação e taxa de juros.

Lembrando que aqui no blog, há um artigo mostrando a correlação entre taxa de juros, inflação e câmbio.

Ainda em 2023, destacamos o setor de agronegócio, com um crescimento superior ao esperado, ampliando sua fatia no PIB. O ramo imobiliário também despontou, impulsionado por expectativas mais construtivistas permeada por anúncios de facilitação e ampliação de programas que permitem uma melhor dinâmica econômica.

Vale relembrar que iniciamos o ano de 2022 com o IPCA -o principal indicador da inflação brasileira- em 10,38% a.a. e finalizamos com 5,79%. Sobre a Selic, outro importante indicador e referência da taxa de juros, começou 2022 com uma remuneração anual de 9,25% e finalizou com 13,75%. Isso é explicado, em parte, pela taxa de juros de 10 anos norte-americana, que é um benchmark global para a taxa livre de risco, que seria o título ou o ativo com risco zero de insolvência. No início de 2022, estava em 0,25% e chegou ao final remunerando os títulos a 4,50%. Esse fato explicita a migração de investidores de equities e renda variável para a renda fixa do Tesouro americano, afinal: para que correr riscos?

Com cenários de minimização da turbulência, janeiro de 2023 amanheceu com um viés de possível início da queda da taxa Selic -No blog da MyCAP, há um artigo sobre a correlação entre a Selic, o IPCA e o câmbio- Em resumo, quanto maior a remuneração dos títulos do Tesouro, seja norte-americano ou brasileiro, menor a tendência de consumo.

Ainda em 2023, além das novas linhas de crédito concedidas para os setores específicos, como educação, imobiliário, agronegócio e infraestrutura, a nova taxa de juros implícita para as empresas endividadas, elevou o preço justo usado como referência no mercado de renda variável.

Dando um salto quântico para o final do ano, houve uma estabilização da juros norte-americana, encerrando ao patamar de 5,5%. No entanto, apesar de não ainda ter atingido as expectativas mais otimistas, os investidores foram se adaptando, já que haviam sinais claros de reduções em 2024, consequentemente gerando maior entendimento de uma queda suave e gradual da taxa de juros brasileira.

Como plus, destacamos o nível da poupança estadunidense como um indicador forte sobre o poder de compra da população. Durante a pandemia da COVID-19, o governo disponibilizou auxílios emergenciais, levando a um consequentemente aumento de dinheiro represado.

Após a retomada da normalidade, houve uma elevação dos gastos (chamamos de demanda reprimida), impulsionando a inflação. Commodities como preço do petróleo, minério de ferro, grãos e fertilizantes tiveram elevação de preços, impactando diretamente nos dados inflacionários.

Convidamos o leitor a comparar a linha temporal com os anúncios e decisões da política interna e externa, assim como a dinâmica macroeconômica (repleta de conflitos geopolíticos e políticas monetárias nacionais e internacionais) para melhor entendimento das tabelas relativas aos desempenhos dos ativos nacionais detalhados mensalmente no relatório.

Além disso, firmamos aqui um compromisso de um texto (ou mais do que isso) sobre nossas percepções em relação aos setores e políticas para 2024.

Por fim, mas não menos importante, não podemos deixar de destacar a performance das nossa carteiras recomendadas ao longo de 2023.

Carteira Mensal de Ações: +39,14%(IBOV)
Carteira Semanal de Ações: +20,89(IBOV)
Carteira Mensal de Dividendos: +58,86% (IDIV)
Carteira Mensal de FIIs: +20,50%(IFIX)
Carteira Mensal de BDRs: +45,50(BDRX)


Clique aqui para conferir o gráfico evolutivo de todas as nossas Carteiras.

Lembrando que todas elas estão disponíveis gratuitamente para nossos clientes. Caso ainda não tenha uma conta aqui na MyCAP, abra agora e tenha acesso gratuito às nossas carteiras recomendadas e demais relatórios.

Para exemplificar os principais acontecimentos e dar uma visão mais horizontalizada do ano completo, criamos uma linha do tempo de 2023.

Alguns dos principais dados Econômicos ao longo dos anos

Fonte: Banco Central
¹ Índice de Inflação 
² Meta da Taxa SELIC
 ³ Taxa de Juros dos Estados Unidos
*Data referência 20/12/2023
**Fonte: Investing.com | Dados Históricos – S&P 500
Fonte: Google Finance

Desempenho dos índices setoriais no ano de 2023

*Data da última cotação: 31/12/2023

Desempenho anual das empresas que compõem cada índice setorial

Desempenho 5 maiores / 5 menores do Ibovespa mensal

*Data da última cotação: 31/12/2023

Desempenho das 5 maiores/ 5 menores do ibovespa trimestral

*Data da última cotação: 31/12/2023

Desempenho 10 maiores / 10 menores do Ibovespa anual

*Data da última cotação: 31/12/2023

Carteiras MyCAP

Bônus: explicando a nova dinâmica tributária

Por: Julia Monteiro – Analista Fundamentalista MyCAP

Deixe uma resposta

MyCAP Power Broker APP

É a ferramenta ideal para quem quer acompanhar o mercado em tempo real de qualquer lugar.

MyCAP Power Broker APP

Descubra mais sobre MyCAP Blog

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading